Mario Cravo Neto (1947 - 2009), fotógrafo, escultor e desenhista, nasceu em Salvador, Bahia. Filho do escultor Mário Cravo Júnior, cresceu entre os círculos artísticos e foi exposto pela primeira vez a escultura e fotografia aos dezessete anos. Viveu em Nova York entre 1968 e 1970, onde estudou na Art Student League e produziu fotografias em preto-e-branco que abordam o aspecto da solidão humana na grande metrópole. Retornou ao Brasil em 1970. Participou da Bienal Internacional de São Paulo em 1971, 1973, 1975, 1977 e 1983 e recebeu diversos prêmios nacionais de fotografia.
Durante os anos de 1971 a 1974, dedicou-se à criação de projetos “em sítio” (land art), interferindo diretamente na natureza do sertão baiano e no perímetro urbano de sua cidade natal. A documentação sistemática desses trabalhos lhe proporcionou intimidade com a linguagem cinematográfica, tendo realizado diversos curtas-metragens e assinado a direção de fotografia do longa-metragem Ubirajara, do diretor André Luis Oliveira.
Destacam-se na sua produção os retratos em estúdio, que Cravo Neto criou a partir da integração que promovia entre personagem e objeto, espécie de fotografias-esculturas em preto-e-branco. Simultaneamente, Cravo Neto vive e retrata em cores sua cidade, Salvador, terra do sangue misturado, onde convivem santos católicos e deuses da África — que instiga o artista e é tema de sete dos seus livros 14 livros publicados, além de inúmeras matérias em jornais e revistas e mostras no Brasil e no exterior.
(FONTE: site do autor - texto adaptado)