Eduardo Castanho
fotografias Eduardo Castanho
Retratos de flores, de frontalidade desarmante, a meio caminho entre a visão do poeta e do botânico, as flores de Castanho estão impregnadas de contida emoção e de uma força serena, sóbria, ancestral.
Isolando as flores contra o fundo neutro do estúdio, ele realça a beleza de suas formas, exacerbada pela efemeridade que lhes é intrínseca. Esta indomável efemeridade que parece ser a antagonista maior da fotografia, basicamente preocupada em conferir perenidade ao transitório. Condenando involuntariamente as flores à morte, no instante mesmo em que se empenha em eternizar suas imagens, Castanho comprova que - ao menos neste caso - fotografar é realmente roubar a alma daqueles que retratamos. (...) – PEDRO VASQUEZ
(FONTE: a publicação)
Catálogo da exposição realizada no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, de 23 de maio a 17 de junho de 1990.