The nature of things
fotografias Claudia Jaguaribe
O Brasil é visto como uma espécie de país paraíso de jardins cuja identidade se confunde com sua própria natureza. Essa natureza sempre foi glorificada e exaltada ao longo de nossa história – nas narrativas indígenas, nos relatos do período das descobertas, na literatura do século XIX, na poesia e na música brasileira moderna. Nossa própria bandeira é uma homenagem a esse poder da natureza, representa nossas florestas, nosso ouro, nosso céu, as estrelas e a ordem imutável das coisas. Um paraíso terrestre alheio a eventos históricos. Essa natureza, no entanto, sempre foi palco de confrontos, seja devido à ganância dos colonizadores brancos, à ira divina dos mitos indígenas, aos conflitos do romantismo do século XIX e até hoje na tensão entre crescimento e preservação. A visão mítica que herdamos nos coloca em um mundo à parte, cheio de grandeza e maravilhas naturais que dificultam a compreensão da realidade mutável em que vivemos. Os desastres ambientais mais recentes demonstraram a urgência de repensar esse patrimônio cultural, no qual tudo se dissolve no esquecimento e no desperdício indiferente. Novas narrativas artísticas precisam lidar com esses conflitos, a fim de dar conta dessa realidade tão diversa e potente.
(FONTE: a publicação)
Publicação composta por pranchas soltas, contendo a identificação dos locais nos versos.
Publicado também em edição especial de colecionador em 10 exemplares, acondicionada em caixa, no formato 26x37 cm, e acompanhada de uma impressão fine art.
Publicado por ocasião da exposição homônima realizada no Hangar Art Center de Bruxelas, em 2019.
Edição bilíngue em português e inglês.