Jongueiros do Tamandaré
fotografias Cláudio Spínola ; curadoria Diógenes Moura
O fotógrafo Cláudio Spínola tinha uma única chance para fotografar os Jongueiros do Tamandaré, em Guaretinguetá (...) Ali estava uma comunidade que guardou, através da ancestralidade, as relíquias de uma memória secular, surgida lá atrás, na agonia cruel das senzalas, quando os escravos levantavam suas vozes para cantar os pontos do jongo e "reclamar das humilhações de amor e dor, no dia-a-dia sem liberdade nem para sorrir".
No falar dos mais antigos, jongo quer dizer saudade, saudade da África. As imagens de Cláudio Spínola simbolicamente nos proporciona enxergar esse caminho de vinda sem volta. Foram realizadas num estúdio improvisado, montado na varanda de uma antiga fazenda de café, com trajes semelhantes aos usados pelos escravos no século XIX, durante a gravação do vídeo Feiticeiros da Palavra, produzido pelo Núcleo de Documentário da TV Cultura, em parceria com a Associação Cultural Cachuera! (...) - DIÓGENES MOURA
Catálogo da exposição homônima realizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo, de 2 de novembro a 1 de dezembro de 2002.