Robert Frank e a operação de montagem no campo do olhar
texto Milla Jung
A presente pesquisa tem como tema a operação de montagem no campo do olhar na série Polaroids, do fotógrafo Robert Frank. Com essa investigação, interessa-nos compreender como o processo de fatura dessas imagens carrega potencialmente as implicações poéticas e os alcances conceituais do trabalho, situando-as num território que perturba e problematiza em relação ao campo do olhar. Produzida desde 1972 até recentemente em 2019, ano da morte de Frank, Polaroids emerge com situações encenadas e manipuladas em condição de pós-produção, construindo imagens com fronteiras imprecisas onde se destacam vazios, palavras, gestos pictóricos, colagens e apropriações. Esses procedimentos colocam em questão certas referências intrínsecas ao campo da fotografia e da imagem, deslocando, a nosso ver, a problemática deste campo específico para uma esfera crítica que se instala em outras direções. Por essa razão, para construir nosso repertório teórico, recorremos a certas interlocuções da história e da teoria da arte com a psicanálise e a filosofia. – A AUTORA
(FONTE: a publicação)