Pequenino atlas do desafino : um ensaio surreal-esquizofotoanalítico
fotografias e texto Carlos Nigro
O legado do Atlas Mnemosyne para as artes visuais, de Aby Warburg, tal como um arranjo-constelação de imagens e pensamentos, perpetua uma cartografia de afetos e de desejos, referências adotadas num painel semântico mental pelo arquiteto e urbanista Carlos Nigro, um fotógrafo errante que lança o seu mais novo ensaio literário-visual e, assim, provoca a percepção e a leitura do oculto e da complexidade da cidade, bem como convida a participação de uma vida de modo mais criativo e libertário, nômade, sob uma narrativa surreal-esquizoanalista: devir.
Política, sociedade, filosofia, arquitetura e urbanismo, teatro, cinema, fotografia, poesia, música, desenho, pintura e escultura tornam-se um emaranhado de conceitos, encontro escrito pelo automatismo psíquico através de uma deriva imaginária, sentida por tantas outras perambulações quase que diárias, hábito que o autor cultua desde a sua infância e adolescência paulistana, e que fazem o lugar singular da surrealidade da sua fotografia, pela intuição e pela crítica, o que se deve chamar de arte marginal ou maldita, caracterizada pela diferenciação dos potentes desafinos às normas opressoras: acontecimento.
(FONTE: o autor)