Ludus
fotografias Ale Ruaro
De acordo com o filósofo Gilles A. Tiberghien, quando evocamos a paisagem hoje, falamos de percepções individuais, mas também de representações coletivas, da natureza mas também da sociedade, de contemplação estética e domínio do território, psicologia e política. Ou seja uma construção cultural e estética. A sua representação não se limita portanto ao registro do real, tal como o percebemos, mas é sobretudo uma representação proposta por uma dada cultura e é dentro dessa chave que podemos compreender o trabalho de Ale Ruaro.
Ele se serve de uma referência clássica da representação do território, as vistas, para trazer o deserto, paisagem ancestral, a partir de uma observação do alto, uma janela para o mundo, em contraponto a essas imagens surge, em Ludus, uma paisagem dialética, que estabelece um tipo muito diferente de relação com o espectador. Relação de frontalidade, onde ele é instalado no meio mesmo desse território em abandono, ou antes em transformação. – EDER RIBEIRO
(FONTE: site do autor)