Modernidade, mulher, imprensa : a revista O Cruzeiro no Brasil de 1928-1945
texto Leoní Serpa
[A publicação] percorre páginas da história de uma das revistas brasileiras mais lidas por 46 anos de tiragens no País. O semanário alcançou o número de quatro milhões de leitores e deixou legado para a história da imprensa, com a concretização de uma nova forma de fazer jornalismo que valoriza a reportagem e a fotorreportagem, o uso da caricatura, da pintura, da fotografia; inovações não comuns para publicações dos anos de 1930-1940. Na publicidade e na propaganda, criou um cenário que possibilitou ditar modas, normas e até conceitos, numa intencional propagação da modernidade inspirada nos ditames hollywoodianos, e assim pregoava uma modernidade mascarada que substituía a submissão feminina social e doméstica pela doutrina da beleza e do consumo. Pela propaganda enalteceu-se o belo, priorizou-se um comportamento conservador e reforçou-se a ideia de uma nova mulher, agora mais consumista. As capas eram as vitrines pelas quais o sonho de mudança era vendido.
(FONTE: a publicação)