Exílio
fotografias Daniela Paolielo
Em Exílio é estabelecida uma relação entre fotografia e autoperformance, em que o corpo atua exclusivamente para a câmera, distante do olhar direto do público. A encenação se presta à narrativa fotográfica, já parte da lógica bidimensional, do tempo estático e mudo. Fotografar sem ver a cena: é uma imagem da ordem do antes (imagem-projeção) e do depois (imagem ao acaso). Na formação da fotografia, o sensor da câmera é invadido pela luz, sem a direção de um olho ela surge de um instante anônimo, na abstenção do sujeito. Não há caça, não há um ver-decisivo. É como um tiro ao contrário. Não é a câmera que vai de encontro ao objeto, mas um corpo que se atira sobre o disparo, corpo-projétil.
(FONTE: site da autora)
Projeto contemplado pelo XIII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia.
Texto de Priscilla Menezes de Faria.