Corpo presente
fotografias Felipe Avila ; curadoria Guilherme Teixeira
O fotolivro apresenta imagens de protestos, mas esta não é uma frase que resolve o livro. O que vemos são registros de atos políticos. Não apenas aqueles convencionais, com cartazes nas ruas, mas também de festas e outros eventos. Em comum, todos propõem um embate físico com forças repressoras das mais diversas instâncias.
Embora a maioria das imagens seja dos corpos vulneráveis dos insurgentes, são as fotos dos policiais que mais saltam à vista. A primeira imagem do livro mostra um policial não identificado segurando uma escopeta. Na sequência, um deles porta uma câmera de vídeo e aponta para os manifestantes. Quase no fim, um policial com caneleiras segura um enorme escudo retangular enquanto avança na direção do fotógrafo.
As últimas páginas trazem fotografias do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou no Largo do Paissandu em 2018. O livro, impresso em risografia, está dividido em cinco capítulos que, embora não pareçam indicar qualquer ordem cronológica, contam uma parte importante da história de uma São Paulo às vésperas de uma nova década, habitada por corpos que resistem mesmo quando as ruínas do Estado desabam sobre cabeças e calçadas.
(FONTE: site do autor)