Segunda não abre
fotografias Marcelo Garcia
Quem viaja pelo Brasil ou para o exterior há de perceber que nenhuma outra cidade tem tantos cabeleireiros e salões de beleza como a capital paulista. E é nesse tipo de estabelecimento, especialmente aqueles localizados em pequenas casas na periferia da cidade, que se faz marcante a arte comercial feita por artistas gráficos populares para salões de beleza. Criar imagens usando um aerógrafo em superfícies irregulares como as portas de aço desses salões não é nada fácil, mas muitas dessas ilustrações são bem executadas e bonitas. Em muitos desses trabalhos, porém, a falta de conhecimento técnico ou estético (e às vezes de bom senso) por parte do artista faz com que as figuras retratadas apresentem variados graus de distorção em suas feições, oferecendo um interessante contraste com a própria atividade dos salões.
Da admiração pelo trabalho e o esforço desses artífices que muitas vezes sequer assinam suas obras, surgiu o livro de fotografias Segunda não abre, um bem-humorado trabalho de documentação desse tipo específico de iconografia vernacular da cidade de São Paulo. O livro conta com 64 fotografias feitas entre 2015 e 2020.
(FONTE: site do autor)