O lago do esquecimento
concepção, fotografias e entrevistas Paula Sampaio
O rosto de concreto é a tradução do regime autoritário que, na década de 1970, deu início à construção da quarta maior hidrelétrica do mundo: Tucuruí. E ninguém pode imaginar que ao atravessar o túnel de acesso ao lago de mais de 3 mil quilômetros quadrados, formado pelo represamento das águas do rio Tocantins, está cruzando com a energia de, aproximadamente, 45 trilhões de litros d’água.
Mas, ao tomar a barca e iniciar essa viagem, as cifras gigantes se materializam na paisagem fossilizada e estranhamente poderosa das árvores que silenciosamente revelam os restos das florestas, dos animais, das cidades, das tribos indígenas e das histórias afogadas nesse lago de esquecimentos. Lá, invisíveis, estão mais de seis mil pessoas que vivem no topo das mais de mil ilhas formadas pelo represamento das águas ao longo de 270 quilômetros quadrados de território paraense.
(FONTE: site da autora)
Projeto contemplado pelo XII Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia.